quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Links sobre retinopatia diabética e seu tratamento

Alguns links interessantes sobre a retinopatia diabética e seus tratamentos:

Laser e Oftalmologia

O diabetes pode prejudicar a visão?

Vitrectomia transconjuntival


Para que conste (sei lá eu do quê!), fiz três sessões com raios laser o ano passado, mais duas este ano (a terceira deveria ter sido hoje, mas chegando lá, informaram-me que tinha sido alterada para ontem, tendo-me sido enviada uma carta que nunca recebi. Não era a primeira vez que eu recebi correspondência trocada... ou não recebia...). Isto no olho direito.
Estou inscrito para fazer cirurgia ocular no olho esquerdo (a tal vitrectomia, salvo erro), mas ainda não tenho data marcada.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Avaliação do Grau de Incapacidade (Retinopatia) #4

Recebi hoje a esperada carta!!! E pontualmente um mês e meio depois! Gostei.

O exame da junta médica será no dia 16 de Dezembro.

Entretanto, vou amanhã fazer mais uma sessão de laser no olho direito, e estou também à espera que me seja marcada uma cirurgia para o olho esquerdo.

A ver vamos...

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Associação de Retinopatia de Portugal (ARP) #2

Quem estiver interessado/a numa boa descrição de como funciona o olho humano, e nomeadamente do papel da retina no mesmo, pode cunsultar este este artigo da ARP. A descrição é clara e concisa, e tem imagens ilustrativas.

---

Por outro lado, encontrei, na página da ARP, um outro enderço de e-mail, diferente daquele para onde tinha enviado a mensagem que citei na entrada anterior. Por isso, reenviei-lhes a mesma mensagem, acrescida do seguinte texto introdutório:

Ex.mos/mas Sr.s/as,

Procurei, a semana passada, obter informações na Internet sobre retinopatias. Nas primeiras buscas que realizei, não consegui encontrar a vossa página, mas encontrei um documento em formato PDF elaborado pela/sobre a vossa aossciação (ver endereço Internet mais abaixo).
Após a leitura do mesmo, contactei por correio electrónico, no passado dia 25, a pessoa cujo endereço de e-mail constava no dito documento. Isto a respeito de algumas dúvidas que essa leitura me suscitou. Já depois disso, fiz uma nova procura na Internet, e aí, já encontrei a vossa página! Por isso, e não tendo a certeza de que o meu e-mail anterior tenha chegado a bom destino, transcrevo-vos a minha mensagem,
por forma a que me possam esclarecer sobre as minhas dúvidas. De resto, as minhas dúvidas prendem-se, sobretudo, com o factor hereditário e genético atribuído a todas as retinopatias, algo que a vossa página reitera.

Cordialmente,

Vamos lá ver quem responde primeiro!

sábado, 26 de novembro de 2005

Associação de Retinopatia de Portugal (ARP)

Tentei informar-me um pouco mais sobre a retinopatia e encontrei este documento da ARP na Internet, em fornmato PDF. De resto, havia notícias e artigos na Internet sobre a ARP, mas não encontrei nenhum Web-site da mesma.
O documento deixou-me algumas dúvidas... E eu decidi entrar em contacto com algum responsável pelo mesmo, através de um endereço de e-mail que lá está.

Transcrevo a seguir a minha mensagem:

Cara Sra.,

Tenho 29 anos de idade, e sou diabético tipo 1 desde os 3 anos. Há cerca de um ano e meio atrás, foi-me diagnosticada "retinopatia diabética proliferativa".

Após o atendimento médico oftalmológico e endocrinológico que recebi, quis ainda saber um pouco mais sobre a retinopatia. Foi assim que encontrei o documento em formato PDF no endereço da Internet http://www.apifarma.pt/uploads/3-ARP.pdf, de onde retirei o seu endereço de e-mail. À falta de um Web-site da própria ARP, optei então por efectuar o presente contacto.

Devo confessar que a leitura deste documento deixou-me bem pouco esclarecido. E isto, pelas seguintes razões:

1. O documento aponta como causas directas da retinopatia apenas factores genético-hereditários ou causas indirectas, também estas do foro genético (como o "Síndroma
de Usher" citado no documento).
Ora, como sabe, a diabetes tipo 1 (juvenil) nunca é hereditária. É resultado da destruição das células beta do pâncreas por acção do sistema imunitário da própria pessoa. Como também saberá, é bastante consensual que este ataque do sistema imunitário ao pâncreas não é motivado por factores genéticos, mas é sim uma reacção do corpo a um trauma, que tanto pode ser físico como psicológico - p.e., no meu caso, foi motivado pela "papeira" - desconheço o nome científico desta doença.
Assim, resta-me concluir de uma de três hipóteses:
1.1. Ou o estudo que serviu de base ao relatório apenas considerou a diabetes de tipo 2 de entre as causas da retinopatia . Esta poderia, de facto, ser considerado um factor hereditário indirecto da retinopatia. Mas ainda assim, com reservas, pois há também diabéticos tipo 2 que adquirem a doença mesmo sem a presença de factores hereditários - apenas por factores ligados ao estilo de vida;
1.2. Haverá, talvez, factores genéticos que potenciam a reacção imunitária contra o pâncreas nos diabetes tipo 1, o que, honestamente, seria um dado novo para mim;
1.3. A retinopatia "diabética" (independentemente do tipo de diabetes) não foi considerada neste relatório, e talvez mesmo nas actividades desenvolvidas pela ARP.

2. É também considerado, no vosso documento, que a retinopatia é uma doença "degenerativa". Portanto, e se bem entendo, com tendência a piorar gradualmente com o tempo.
As ionformações que tenho sobre a retinopatia diabética é que a evolução desta está intimamente relacionada com a estabilidade ou instabilidade dos níveis de glicémia, ou seja do estado mais ou menos controlado da diabetes. Ou seja, se o diabético andou "descompensado", mas a partir de dada altura consegue controlar a doença (e pressupondo que realiza os tratamentos oftalmológicos necessários em caso de grau avançado da retinopatia), a situação retinopática não progredirá.
Ou seja, a "retinopatia diabética" só será "degenrativa" se o controlo da diabetes se perder. Esta ideia, obviamente, contradiz o que é referido no documento.

Assim, coloco as seguitnes questões:
1. A "retinopatia diabética" enquadra-se na chamada "Retinite Pigmentar ou Retinitis Pigmentosa
(RP)" ou é uma outra forma de retinopatia?
2. Se a retinopatia diabética não é uma RP, ela é contemplada nas actividades da ARP? Como?
3. Se não, onde posso obter mais informações sobre o tipo de retinopatia que me afecta?

Peço desculpa pelo tamanho desta mensagem, e agradeço, desde já a sua atenção,


Depois publicarei a resposta.


Actualização: Depois de escrever esta mensagem, e ao procurar o endereço do ficheiro PDF, o Google deu-me, pela primeira vez, um link para a página da ARP!
Bem, na verdade, o link indicado pelo google não é este, mas antes outro a dizer que a página da ARP mudou. Parece-me plausível que a página antiga estivesse indexada no Google, sendo posteriormente "desindexada" a partir do momento em que (presumo) deixou de ter conteúdo... Conteúdo esse que a ARP terá colocado agora: o redireccionamento para a nova página (sendo que esta, talvez por ser recente, ainda não deve ter sido indexada pelo Google).

quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Mais notícias


...by Google Alerts (em inglês)

"Mães que dão de mamar ao peito reduzem riscos de diabetes [para os Bebés E as Mães]"

MOMS who breast-fed cut risk of diabetes
DetNews.com - Detroit,MI,USA
... The study is published in today'sJournal of the American Medical
Association.
CHICAGO-- Breast-feeding is thought to protect babies from developing
diabetes. ...
Link para a notícia completa

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

Algumas notícias interessantes...

...by Google Alerts (em inglês)

-> "Progressos no desenvolvimento de tratamentos para a diabetes com recurso a células estaminais"
VITRO progresses with stem cell treatment for diabetes
Pharmaceutical Business Review - USA
Vitro Diagnostics has completed significant milestones in the
development
of its stem cell technology for use in diabetes treatment. ...
-> Link para o artigo

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Mudança de nome do Blog!

Tendo muito para escrever neste blog, pareço encontrar-me algo "bloqueado"!

Assim, decidi escrever sobre um facto passado! É que este blog mudou de nome! Mas isso foi logo no 2º ou 3º mês da sua existência...

Antes chamava-se Diabético "mal comportado". Daí o endereço diabetico-mc e o meu "nick" dmc. Vinha isto de um termo utilizado pela classe médica em Portugal para designar aqueles diabéticos que, por qualquer razão, não cumprem as regrinhas todas que lhes ditam...
Por estranho que pareça, tendo sido este um dos principais motivadores do nascimento deste blog, ainda não referi nada sobre este assunto! Mas é verdade que fiz e tive algumas "experiências" que me classificariam com um "diabético mal comportado"... Hei-de falar disso um dia!

Entretanto, achei que não fazia muito sentido apelidar-me a mim mesmo de algo cuja perspectiva não concordo (em bora eu reconheça que fiz alguns erros). Mesmo se fosse com ironia. Além disso, desde cedo que este blog começou a assumir uma postura mais informativa que satírica.
Por tudo isso, e também pelo facto de o nome anterior ser pouco "respeitável" para o que estou a tentar fazer, decidi alterar o nome deste blog para "Diabético inconformado", que me parece mais de acordo com o seu espírito. Continuo à procura. Às vezes desanimo. Às vezes aceito melhor que outras. Mas continuo sempre à procura!

Não alterei o endereço do blog para não perturbar "favoritos" e "bookmarks" entretanto já estabelecidos junto de alguém... Mas havia alguém a fazer isso nessa altura?!... Haverá agora?!

:-)

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Avaliação do Grau de Incapacidade (Retinopatia) #3

Como manda o Decreto-Lei n.o 202/96 de 23 de Outubro, redigi um requerimento dirigido ao Adjunto do Delegado Regional de Saúde, solicitando que uma junta médica me fizesse uma avaliação do grau de incapacidade.
Este requerimento, porém, não se destina a ser entregue ao dito, mas sim ao Delegado de Saúde da minha área de residência. Confesso que fiquei algo confuso sobre quem seria esta pessoa. O Delegado Regional de Saúde não deveria ser - porquê entregar lá em cima o que é destinado a descer imediatamente? Não encaixava na lógica burocrática da Administração Pública. Seria então algum delegado do meu município? Ou deveria simplesmente dirigir-me ao Centro de Saúde no qual sou utente?
Dirigi-me a este último, armado do atestado médico, do requerimento dirigido ao Adjunto e de mais um, dirigido ao "Ex.mo Sr. Delegado de Saúde", como vem na lei... Não era ali! Era mesmo na delegação do município!

Ok, vai de encontrar a coisa (uma lojinha no R/C de um prédio, ao lado de outras lojinhas...), chego lá e eis que só precisavam do atestado médico. Os ditos requerimentos eram completamente inúteis (e note-se que, nos ditos, eu me dei ao trabalho de citar a legislação!). Fizeram-me umas questõezinhas para preencher lá o formulário e pronto!
Não me interpretem mal! Acho muito bem que funcione assim, de forma tão simples e fácil. Só é pena eu não saber disso antes... Nem nos médicos, nem na Net, nem mesmo na legislação que encontrei sobre o assunto havia algo do género!
Pronto, vocês agora já sabem, caso precisem, oxalá que não!

Haja informação!

domingo, 16 de outubro de 2005

Sistemas de Saúde e Medicinas Alternativas

Não, não é para falr do nosso querido sistema de saúde... ainda não!
Hoje, vou falr-vos dos sistemas de saúde de outros países.

P.e., nos Estados Unidos da América, não existe Sistema de Saúde. Quer dizer, ele existe, mas tem mais um papel regulamentar/"policial" e de controlo de epidemias... Mas um sistema de saúde como os nossos ADSE ou ARS, não há. Ou seja, nos EUA, não há hospitais públicos, comparticipação em medicamentos ou tratamentos, nada!
O que há são seguros de saúde não-obrigatórios - quem quer (e pode) paga estes seguros à seguradora da sua escolha, e em troca, recebe a cobertura necessária. Quem não quer (ou não pode), não paga, e reza para não ficar doente sem dinheiro para pagar os tratamentos.
Isto aplica-se também aos medicamentos tomados pelos diabéticos, que aqui em Portugal, são comparticipados quase a 100%. Aliás, canetas de insulina, ampolas, agulhas, aparelhos de teste de glicémia, lancetas, é tudo pago pelo nosso estado. Só nas tiras de teste de glicémia, a comparticipação não é total. Quanto aos antidiabéticos orais, não sei, pois nunca os usei (são mais para tipo 2). Estamos também isentos do pagamento da generalidade dos tratamentos médicos.
Nos EUA, tudo isto é pago pelo diabético, o que é, francamente, terrível. Por outro lado, este sistema do outro lado do Atlântico tem uma vantagem: é que, como paga, o paciente reclama e exige mais. Inclusive, pode muito facilmente optar por outro tipo de tratamento (homepatia, naturopatia, etc), ao contrário de nós, que, para isso, temos que pagar - algo a que não estamos habituados... Isto vai ao ponto de as seguradoras optarem por cobrir o pagamento dos tratamentos alternativos! Se funcionam, mantêm o cliente vivo (e a pagar) durante mais tempo e evitam complicações que hão-de custar tratamentos mais caros (esses sim, o motivo porque o segurado faz o seguro), então... bota!
15/08/2009: A este propósito, ver: http://nccam.nih.gov/health/financial/#insuranceissues
Claro, isto aplica-se principalmente aos diabéticos tipo 2 não-insulino-dependentes... Não há subtitutos naturais para injecções de insulina... ou haverá?

Já no Canadá, vizinho daquele, a coisa é completamente ao contrário. Aí, o serviço de saúde não só paga todos os tratamentos de saúde da medicina convencional, como os homeopáticos també! E talvez ainda outros tipos de medicamentos/tratamentos - não sei. Surgem-me novas interrogações a propósito do artigo na revista Lancet...

Na China, a coisa também é interessante. O meu instrutor de Chi-Kung e Tai-Chi (também massagista Shiatsu e, fazendo também uso de medicamentos naturais), vai no final deste mês à China, fazer os seus exames para completar a sua licenciatura em Medicina Tradicional Chinesa. Para isso vai fazer "estágios" (de 12 horas/dia!) em hospitais de Chengdu e Pequim.
E o mais interessante é que esses hospitais usam tanto a Medicina Ocidental como a Medicina Tradicional Chinesa! É assim: o cliente vai lá e, em princípio, pode escolher qual o tipo de medicina que quer! Também depende do problema, claro... Mais: as duas podem funcionar em conjunto. Por exemplo, uma cirurgia à moda ocidental com anestesia por acunpunctura, se o paciente preferir... E mais, se essa não funcionar bem, a seringa com a anestesia ocidental está ali à mão, para o que der e vier... Impressionante!

Haja liberdade!


Actualizações:
15/08/2009: Adicionada ligação para página sobre informações sobre "Pagar tratamentos de Medicinas Complementares e Alternativas (CAM)"

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Avaliação do Grau de Incapacidade (Retinopatia) #2

O oftalmologista ainda não teve tempo de me passar o atestado. Sem ele, não posso fazer o requerimento da junta médica (que, a bem dizer, também ainda não redigi! Tenho que fazer isso rapidamente!).
Mas foi-me prometido que, amanhã, o atestado está pronto. Que seja!

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

Publicidade no blog

Aderi ao programa Google AdSense, graças ao qual surgem os anúncios publicitários que podem ver na parte de cima e também em baixo, neste blog.
Estes anúncios não são escolhidos por mim, e eu nada tenho a ver com as empresas, produtos ou serviços que eles publicitam.
No entanto, os anúncios são automaticamente seleccionados com base no conteúdo do blog, pelo que, espera-se, terão algo a ver com os assuntos tratados no mesmo.

O(A) caro(a) leitor(a), obviamente, não tem obrigação nenhuma de "clicar" neles, mas eles aí estão, se o desejar fazer.

A barra de pesquisas ao lado também se integra no mesmo programa.

NOTA: Se tem um site e também quer participar no programa, clique no botão que aparece do lado esquerdo, abaixo dos links. ;-)


Actualização em 12 Mar. 2006:
Houve algumas alterações na disposição de vários elementos do AdSense nete blog. Para mais informações, ver o artigo "Este blog visto no Internet Explorer 6!".

sábado, 8 de outubro de 2005

Avaliação do Grau de Incapacidade (Retinopatia)

A minha retinopatia já me foi diagnosticada há mais de um ano, mas para resumir a história, na Segunda-feira passada, foi este o veredicto do oftalmologista:
0% de visão no olho esquerdo!
40% de visão no olho direito!
Há aqui uns pormenores a considerar (p.e., o olho esquerdo ainda se apercebe de que lado vem determinada luz...)., mas para já, vamos ao assunto deste artigo:

Segundo a Tabela Ncional de Incapacidades (TNI) causadas por acidentes de trabalho, os referidos valores dar-me-iam um grau de incapacidade de 45% de incapacidade (i.e. os meus ojhos funcionarão a ãpenas 55% do normal).
No entanto, aqui, a "barreira" é normalmente os 60% (para fins de subsídios, vagas de emprego, etc), i.e., a ver apenas 40%.... (no meu caso, que é "ver").
No entanto, mais uma vez, a TNI é usada como" indicadora " do grau de incapacidade, mas espera-se algum bom senso, p0r assim dizer, da parte de quem avalia. Aliás, não é o oftalmologiasta quem faz a avaliação (legalmente válida), mas sim um junta médica convocada para o efeito. No entanto, para requerermos essa avaliação da junta médica, é preciso um atestadop do médico a dizer que somes defs... Santa Burocracia!
Dexei o decreto-ei com uma notazinha ao oftalmologista na Sexta, e espero ir buscar o dito atestado médico para poder fazer a o requerimento a quem comete (no caso, o Delegado Reginonal de Saúde, mas o mesmo é entregue ao subdirectr-geral... Vou então buscar o papelucho amanãi.

Legislação:
- Decreto-Lei n.o 202/96 de 23 de Outubro (Competências, Processo de avaliação, ...);
- Lei n.o 9/89, de 2 de Maio—Lei de Bases da Prevenção e da Reabilitação e Integração das Pessoas com Deficiência;
- Decreto-Lei n.o 341/93, de 30 de Setembro, aprova a TNI.

CORRECÇÃO (14 Out. 2005):
A Lei 9/98 de 2 de Maio já foi substituída pela seguinte:
- Lei n.º 38/2004, de 18 de Agosto.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

CORRECÇÕES AO BLOG!!

No artigo de 23 de Agosto, sobre os tipos de diabetes, pus-me, numa de pedagogia, a dar uma breve explicação sobre os tipos de diabetes... E ERREI! Prestei falsas informações, e por isso peço desculpa.
No meu entender, não era muito preocupante o rigor do que dizia, pois apenas quis distinguir a diabetes tipo 1 (da qual falei bem, ou quase!) da tipo 2, muito mais comum (90%) e à pala da qual, nós "minoritários" estamos, volta-e-meia-meia-volta, a aturar o que não tem nada conosco. Não que os diabéticos tipo 2 tenham obrigação de aturar seja quem for, mas para um tipo 1 é ainda mais chato... E além disso... este blog ainda nem começou!
De qualquer forma, e uma vez que podem cá "chover" pessoas à procura de informação sobre diabetes, particularmente 2, achei correcto prestar-lhes(vos) a informação masi correcta posível, mesmo que pouca...

Actualização (23 Set. 2005): Também actualizadas informações sobre o Contador de visitas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

A revista Lancet e a homeopatia

No mesmo dia em que publiquei a primeira entrada sobre a molécula associada à retinopatia (26/08), a TSF anunciava que a revista Lancet publicara um artigo que afirmava que os medicamentos homeopáticos não funcionam - ou que terão apenas um efeito placebo.

Não nos é facultada a leitura integral do texto, sem uma subscrição paga da revista. Por isso, cá vai o que se pode "sacar" do resumo acessível ao grande público, assim como do que é adiantado pela TSF.

Para o estudo, compararam-se três grupos de pessoas com asma e/ou(?) alergias. Um dos grupos foi tratado com medicamentos homeopáticos, outro com medicamentos "convencionais" (ou alopáticos), e ainda um terceiro que recebeu apenas placebos, para efeitos de comparação.
A conclusão dos investigadores é a de que os medicamentos homeopáticos têm um efeito análogo ao dos placebos. Já os medicamentos convecionais mostraram ter um "efeito importante e duradouro".

Não sou nenhum perito em homeopatia (sei, aliás, muito pouco sobre o assunto), mas duvido que os investigadores em questão tenham também a devida preparação nesta abordagem médica...
De facto, não são apenas os medicamentos que mudam entre tratamentos homeopáticos e alopáticos. Se não viram ainda as definições destas, aconselho-vos a darem agora uma vista de olhos... É só "clicar" nos links... A informação que a Wikipedia fornece sobre a Homeopatia é bastante extensa, mas levanta questões muito interessantes - talvez volte a isto um dia destes!
Entre outros conceitos interessantes é o que opõe o tratamento "pelos efeitos contrários" da Alopatia ao tratamento "pelos efeitos semelhantes" da Homeopatia. Esta ideia pode parecer estranha, mas assemelha-se muito à da vacinação, embora num sentido muito mais abrangente que esta.
Outra ideia interessante da homeopatia é a recusa da "especialização" e do "organicismos" e a maior aposta no paciente como um todo integrado.

A abordagem homeopática é radicalmente diferente da abordagem da medicina tradicional. E não me parece que seja fácil comparar medicamentos, isoladamente das abordagens terapeuticas subjacentes.

Conhecimentos científicos à parte, a dificuldade de acesso ao saber médico (alopático), e a forma como o mesmo tira conclusões genéricas sobre estudos particulares deixa muito a desejar... Já a forma como alguns médicos alopatas ditam verdades não deixa nada a desejar! São simplesmente inadmissíveis!

terça-feira, 30 de agosto de 2005

Links

Comecei a introduzir uns links aí à esquerda. Para já é só uma mão cheia, à experiência.
Alguns são leituras recomenadadas, outros informação de base, ainda outros curiosidades e finalmente, os que ainda nem eu próprio vi direito!
Mas suponho que se orientem pelo título...

Decidi assinalar os blogs, com a palavra BLOG... Eu sou um génio!
E achei também que seria boa ideia indicar a língua em que se encontra a página indicada. Comecei por "sufixar" o nome do site, usando a típica nomenclatura internacional, de duas letras:
de - Alemão
en - Inglês
es - Espanhol
fr - Francês
pt - Português
etc
Mas como isso é uma trabalheira mais ou menos (!) e, como a maior parte dos sites já indicam, pelo nome, qual a sua língua... Mas prontos, há aqueles que se chamam só "Diabetes"! Por isso, decidi separá-los por línguas, usando "títulos de listas"...

Comentários e sugestões continuam a ser benvindos!!! :-P

domingo, 28 de agosto de 2005

Descoberta molécula associada à retinopatia diabética - 2/2

Li a porcaria, digo... coisa, do artigo completo, o que me levou à constatação de que, na minha última entrada neste blog, eu retirei algumas conclusões que estavam, ao fim e ao cabo, completamente certas. Novidades?

Bem, penso que uma das mais curiosas e importantes é a notícia de que, tanto os níveis de erythropoietin como os de VEGF aumentam nas pessoas com retinopatia diabética, mas... Segundo o Dr. Lloyd Paul Aiello[1], a “acção [da erythropoietin] é independente da da VEGF”.

Não tenho muitas certeza quanto à interpretação mais exacta desta citação. Quererá o bom doutor dizer que os aumentos de erythropoietin e de VEGF são independentes um do outro. Ou apenas que os efeitos de uma e da outra molécula são diferentes? Esta última hipótese tornaria esta afirmação numa redudância sem sentido nem utilidade (uma vez que já nos foi dito que as funções, logo os efeitos, das células são distintos. Num sentido um cadinho mais rebuscado – uma figura de estilo, afinal – o Dr. Aiello estaria apenas a afirmar que as causas do aumento daquelas duas substâncias eram diferentes de uma para a outra. “Todo o efeito tem uma causa e toda a causa é um efeito.” ou coisa assim....

Aposto mais na primeia: Ou seja, em teoria, os níveis de erythropoietin poderiam aumentar e estar relacionados com a retinopatia, sem que aumentassem os níveis de VEGF. Da mesma forma poderiam aumentar os níves de VEGF e surgir a retinopatia, sem que houvesse alteração nos níveis de erythropoietin. Isto é interessantíssimo de se ver afirmado, não pela pertinência da afirmação em si, que não discuto, mas pelo espanto que me causa não darem a menor indicação de como chegaram a esta conclusão! Principalmente, tratando-se de algo com tão elevado potencial de paradoxo: há três (3) coisas que coincidem no tempo: i) a retinopatia diabética, ii) o aumento de erythropoietin, iii) o aumento de VEGF. E, no entanto, as duas últimas não têm qualquer relação entre si!

Como chegaram a esta conclusão?! É que os únicos factos, observações empíricas, por assim dizer que o artigo nos dá a conhecer são, precisamente, as coincidências temporais:

i) existência de retinopatia diabética;

ii) aumento dos níveis de erythropoietin;

iii) aumento dos níveis de VEGF.

Esta é a grande descoberta que se conseguiu provar: em pessoas com retinopatia diabética, aumentam os níveis de erythropoietin e de VEGF! Mais nada! O resto são especulações e deduções mais ou menos lógicas! Estas, quando bem feitas, podem ser muito úteis – já dizia o outro, “Não há nada mais prático que uma boa teoria.” Infelizmente, não parece ser esse o caso do artigo a que fazemos referência...

Mas há mais! Esta ainda é mais curiosa e interessante! E se calhar, até passou mais despercebida... ou talvez não! A que me refiro? Obviamente, ao facto de se partir do princípio de que os níveis altos de erythropoietin e de VEGF são causas da retinopatia... MAS QUEM RAIO O DISSE, ----------?! Repito, os factos que temos são os que vimos acima. Essa é que é a grande descoberta! E se é essa a grande descoberta, podem ter a certeza de que ela não é suficiente para dizer que os aumentos daquelas substâncias são causas da retinopatia! Tanto quanto sabemos, esses aumentos podem representar não causas mas sim efeitos da ------ da doença! O facto é que apenas se observou a coincidência temporal daquelas três coisas. Se alguma delas antecede a(s) outra(s), não se sabe. Se é causa ou apenas calhou de vir antes, muito menos (mesmo considerando as óbvias probabilidades). E se alguma antecede a(s) outra(s), não é este estudo que nos diz qual...

Se fosse, essa seria a grande descoberta: a maneira como a erythropoietin despoleta a retinopatia. É que, se no caso da VEGF, a coisa é mais óbvia: o VEGF estimula o crescimento dos vasos sanguíneos que vão obstruir a retina (e assim causar retinopatia), no caso da erythropoietin não há nada! A retinopatia é a obstrução da retina por excesso de vasos sanguíneos! A quantidade de glóbulos vermelhos (ou lá o que for) não tem nada a ver com o caso! Principalmente se a outra premissa apresentada no artigo estiver, afinal, certa, e os aumentos de erythropoietin e de VEGF forem independentes!

E coloca-se a questão: Mas, afinal, o que é a retinopatia?! Bem, já o dissemos: a obstrução da retina pelo excesso de vasos sanguíneos. E então que têm a erythropoietin e os glóbulos vermelhos a ver com o caso?! Bem, já lá iremos!
Para já, penso que é importante estabelecer duas coisas: Segundo o que nos apresenta este estudo:

1. A retinopatia é um sintoma e uma patologia que se caracteriza pela obstrução/destruição[2] da retina por vasos sanguíneos anormalmente numerosos.

2. A relação entre a retinopatia e o aumento de erythropoietin existe... Mas não se conhece a natureza dessa relação!

Lembrar-se-ão, as caríssimas leitoras e os caríssimos leitores, de termos avançado, como causa de tamanha precipitação por parte destes investigadores, alguma espécie de complexo ou mania do herói.

Peço-vos agora que analisem uma hipótese alternativa. Observem as seguintes passagens:

O VEGF ocorrerá em 50 por cento das pessoas com diabetes, a não ser que se faça algo para o prevenir.” Como por exemplo? Vocês nem sabem que raio causa os diabetes, ou parecem não querer saber, tão convencido se mostram de uma relação que nunca demonstraram – e sabendo de antemão o que é a diabetes! Sabem não sabem?1...

““Esta é a primeira vez que se mostrou, com dados extensivos sobre humanos, que a erythropoietin está envolvida na retinopatia diabética.”” disse Aiello. “A sua acção é independente da da VEGF.”” A primeira frase é interessante, mas teria sido mais interessante avaliar uma série de possíveis relações entre a erythropoietin e a retinopatia diabética, em vez dce assumir logo que a primeira era causa da segunda. Não vos parece plausível, p.e., que o aumento de vasos sanguíneo conduza a um aumento da produção/existência dos componentes sanguíneos? Ou vamos ter já uma rede viária sem carros para viajar nela? Mas enfim, o VEGF e a erythropoietin são independentes... Sabe lá Deus porquê, e o Diabo esconde...

Os parágrafos que se seguem naquele artigo, indicam, grosso-modo, que:

1. “A atenção tem sido focada na VEGF. Várias drogas projectadas para bloquearem a sua acção estão em fase avançada de testes (...)

2. “Mas os resultados pré-lcínicos sugerem que a VEGF pode não ser totalmente responsável, e este trabalho, aponta agora para a possibilidade de outra molécula estar independentemente envolvida.” A erythropoietin p.e....

3. “A descoberta abre uma nova área à investigação, disse ele, acrescentando que é preciso desenvolver muito trabalho para ver se a inibição da erythropoietin poderá ter um efeito benéfico.” Pois, isto é algo que me preocupa já há muito na medicina convencional: Muitos de vocês terão tirado as amígdalas... Nesse tempo, não se sabia que elas desempenhavam um papel muito importante na saúde emocional da pessoa – o que, no mundo em que vivemos, também parace não ter muita importência, de qualquer forma... Ainda assim, estou muito contente por manter as minhas amígdalas! :-D

E, claro, não preciso de vos referir a lobotomia, que chegou a ganhar um nobel, pois não?... Continua o artigo: “Uma questão é a segurança de bloquear a erythropoietin numa pessoa com diabetes, já que há estudos que indicam que ela também tem como função proteger a retina em momentos de tensão (...)” Não! Essa coisa só aparece no corpo para chatear! Cada molécula de erythropoietin surge na retina com o único propósito de estragar o olho! Mais nada! -------! Não estamos a falar de um vírus! Estamos a falar de um mecanismo natural do ser humano! Acham que é só encontrar o interruptor e desligar que não há-de ser nada?! Já nasceram parvos ou andam a treinar intensamente ultimamente?! Vá lá! Ainda se conseguiram lembrar do óbvio! Não, a sério! Não vos faz impressão a displicência com que os médicos cortam, tiram, implantam, inibem, controlam, fazem trinta por uma linha – particularmente os investigadores parecem nunca se preocuparem com efeitos secundários!

4. “Este é trabalho pioneiro.(...) E, como todo o trabalho pioneiro, ele tem que ser confirmado por outros, (...) e depois podemos procurar inibidores da erythropoietin.” Sobretudo estes dois últimos pontos (mas não só) levam-me a pensar que talvez não seja fama que estes caramelos anseiam, ams antes dinheiro! Ou talvez mesmo ambos...


[1] O Dr. Lloyd Paul Aiello é o director da secção de investigação ocular no Joslin Diabetes Center, em Boston (EUA), e redigiu um editorial que acompanha o artigo original no New England Journal of Medicine. Ora bolas, então este ainda não era o artigo original?! -----! Bem, pelo menos dá para verem como a informação nos chega aqui a nós, diabéticos de Portugal. Embora, normalmente, seja através do médico que nos acompanha... que deve ler o original, ou não? Vou ver se deito a mão ao dito! Provavelmente, nunca o hei-de ver, mas...

[2] Do artigo que citamos: “erythropoietin is just part of the molecular conspiracy that destroys vision in the diabetic eye. “

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Descoberta molécula associada à retinopatia diabética - 1/2

Ainda não acabei de comentar a história da diabetes, mas...

Subscrevi um alerta do Google, que me envia, semanalmente, por e-mail, ligações para novas páginas na net com a palavra "diabetes". Para quem não sabe. é como se, uma vez por semana, eu fizesse uma pesquisa no Google pela palavra "diabetes". Só que em vez disso, é o próprio google quem faz isso sozinho, e depois envia-me os primeiros cinco ou seis resultados para a minha caixa de correio e. Acho eu... Se a ideia dos alertas vos interessa, o endereço é: http://www.google.com/alerts

Bem, cá vai um resultado que me interessa particularmente:
http://diabetes.about.com/b/a/196602.htm (em inglês)
Resumindo a história, investigadores japoneses descobriram que a molécula "erythropoietin" (não vou traduzir, que só ia inventar...). Parece que dita tem como principal função estimular a formação de "células sanguíneas vermelhas" (glóbulos vermelhos?). Ao que parece, foram encontrados níveis excessivamente altos desta moléculas na fluído ocular de diabéticos/as com retinopatia. Interrogo-me... se foi só isto que descobriram, como sabem que essa molécula é a causa, e não a consequência, da retinopatia?... Bem, suponho que o estudo não consistisse só nisso... Mas não era o primeiro disparate a que assistia no fantástico mundo da ciência! (entram as tubas, dão o seu toquezito e voltam a sair silenciosamente...)
Encontraram também niveís extremamente elevados de uma outra molécula, a VEGF. Esta está também associada à retinopatia e é responsável pelo estímulo do crescimento dos vasos sanguíneos. AH! Esta sim! É mesmo causa! É que, para quem não sabe, a retinopatia (a diabética pelo menos) é consequência de um crescimento anormalmente grande de vasos sanguíneos na retina, e que acabam por obstruí-la. Isto quando não causam hemorragias... De uma maneira ou de outra, o olho fica "tapado".

Agora vem a parte mais interessante do artigo:
"Esta descoberta abre uma nova área de investigação, disse ele, acrescentando que "há ainda muito trabalho a fazer para saber se inibir a erythropoietin pode ter um efeito benéfico.""
Isto é uma citação quase literal - ok, é a minha tradução do inglês tão literal quanto possível. Pronto, está bem, podia ser ainda mais literal! Mas soaria (ainda mais) estúpida... Como é possível!!!?
A tal da proteína e os vasos sanguíneos só se multiplicam anormalmente por uma única razão: o olho não está a ser bem alimentado!!! Será que cortar-lhe, literalmente, a alimentação, vai ajudar alguma coisa... Ou seja, é óbvio que os vasos sanguíneos a mais vão obstruir a visão, mas se eles não estiverem lá, mantém-se outro problema (o mesmo do costume nos diabetes): não há energia para trabalharem!!!!
É isto o melhor que a investigação científica pode fazer... Ok, eu até entendo, a retinopatia é um processo assustadoramente rápido. Sei-o por experiência (percebem agora o tamanho invulgarmente grande do tipo de letra deste blog?...).
Mas, mesmo assim, será que podem deitar um bocadinho menos de foguetes e serem um pouco mais sinceros... Esta nova descoberta é apenas um primeiro passo para possívelmente muito, muito pouco...
Lamento senhores investigadores, mas nem todos podemos ser heróis, e, francamente, já 'tou como a tia Tina: We don't need another hero!

P.S.: Reparei agora que não li o artigo todo... Espero não ter metido o pé na argola...

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Sobre a história da diabetes #3 Tipos de diabetes

Agora que sabemos da relação entre açúcar, insulina e tecidos orgânicos, penso que é chegado o momento de falar um pouco dos diferentes tipos de diabetes.

Tipo 1: Este tipo surge, normalmente, na infância ou adolescência, mas pode também surgir em adultos. É mais rara que o a de tipo 2 (menos de 10% de todos os diabéticos), e é também, normalmente, mais grave. Surge devido à destruição maciça das células ß (células beta) do pâncreas, por parte do próprio sistema imunitário da pessoa (que se tornará) diabética. Estas células ß são as células produtoras da insulina. Não há ainda um consenso estabelecido sobre as causas deste ataque do corpo a si mesmo, mas parece haver indiícios de serem consequência de algum tipo de trauma (físico ou psicológico).. Nestes casos, há como que uma falência total (ou quase) desta função do pâncreas. No entanto, o pâncreas possui ainda outras células, responsáveis pela produção de outras substâncias; e estas mantêm-se, em princípio perfeitamente funcionais. Neste tipo de diabetes, a morte é inevitável, se mão houver recurso à injecção de insulina. Os(as) diabéticos(as) deste tipo são, em termos de gordura, o oposto dos de tipo 2: não engordam nem à força!

Tipo 2: Neste caso, o pâncreas continua saudável, e a produzir insulina normalmente, pelo menos inicialmente. O que há é uma resistêncioa do corpo à própria insulina. A insulina está lá, mas não é correctamente absorvida. Logo, o açúcar também não. Outro factor pode traduzir-se em problemas de secreção da insulina (ela é produzida normalmente, as células aceitam-na, mas há dificuldades na sua distribuição pelo corpo). É o tipo mais comum de diabetes (cerca de 90% dos diabéticos). É, normalmente, fruto de uma vida sedentária e com uma alimentação desadequada. A propensão genética para a diabetes, assim como problemas genéticos de obesidade, podem também contribuir para o surgimento dos diabetes tipo 2, independentemente do estilo de vida. Por vezes, é suficiente alterar o estilo de vida para conseguir controlar a coisa. Em caso de necessidade existem anti-diabéticos orais, comprimidos, que ajudam a baixar o nível de açúcar no sangue. Se tudo o resto falhar, bota insulina! Com este tipo de diabetes, o risco de complicações (a nível cardiovascular, dos rins, dos olhos, dos pés, etc) são a principal preocupação, até devido à idade mais avançada em que costuma surgir.
A resistência à insulina, ou incorrecta secreção da mesma, podem conduzir a que o pâncreas produza cada vez mais e mais insulina, até chegar a um ponto de exaustão. A partir desse momento, os sintomas tornam-se mais visíveis, e pode surgir a necessidade de tomar insulina.

Infelizmente, como em tudo, tende a medir-se as minorias pela bitola da maioria, o que leva a que muitos diabéticos tipo 1 tenham (demasiado) frequentemente que suportar uma preocupação obsessiva, por parte da classe médica e da sociedade em geral, com o seu estilo de vida. Tal obsessão alheia pela vida do diabético tem, muitas vezes (e, mais uma vez, como acontece quando se toma o copo pela garrafa) consequências negativas na própria saúde da pessoa diabética. Para começar, um tédio monumental! Uma raiva gradualmente crescente contra essas intrusões, quiçá alargadas depois a toda a pessoa que as faz (e não só ao acto). Desequilíbrios emocionais, que têm consequências tão negativas no sistema hormonal de um indivíduo como desequilíbrios hormonais os têm no equilíbrio emocional... Isto se o diabético for bem comportado... Pode dar para não...

Nota:Além dos tipos 1 e 2 de diabetes, há ainda outros tipos/classificações.
Uma delas, e importante, é a diabetes gestacional, que ocorre durante a gravidez (à mãe...). Ocorre em cerca de 5% das mulheres grávidas. Se não detectada a tempo, pode provocar complicações para a mãe e o bebé, inclusive a necessidade de cesariana. Este tipo de diabetes pode prolongar-se, ou não, depois da gravidez.
Outro tipo é a diabetes tipo MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young). Normalmente detectado antes dos 25 anos (como a tipo 1), mas com transmissão hereditária, e sintomatologia e tratamento mais semelhante à de tipo 2.

Para uma descrição mais detalhada (até demais, mas tem pontos bem interessantes) dos vários tipos de diabetes, ver o relatório da SPD: "Definição, Diagnóstico e Classificação da Diabetes Mellitus"


CORRECÇÕES (19 Set. 2005):

Diabetes tipo 1:

Antes: "Pode surgir por hereditariedade, ou como consequência de um trauma (que tanto pode ser físico como psicológico)."
Agora: "Surge devido à destruição maciça das células ß (células beta) do pâncreas por parte do próprio sistema imunitário da pessoa (que se tornará) diabética. Estas células ß são as células produtoras da insulina. Não há ainda um consenso estabelecido sobre as causas deste ataque do corpo a si mesmo, mas parece haver indiícios de serem consequência de algum tipo de trauma (físico ou psicológico)."

Antes: "Nestes casos, há como que uma falência total (ou quase) do pâncreas, orgão que produz insulina. Bem, na verdade, só as células do pâncreas que produzem insulina são afectadas. O pâncreas possui ainda outras células, responsáveis pela produção de outras substâncias; e estas mantêm-se, em princípio perfeitamente funcionais."
Agora: "Nestes casos, há como que uma falência total (ou quase) desta função do pâncreas. No entanto, o pâncreas possui ainda outras células, responsáveis pela produção de outras substâncias; e estas mantêm-se, em princípio perfeitamente funcionais."

Diabetes tipo 2:
Antes: "Neste caso, o pâncreas continua a produzir insulina, mas de forma insuficiente digamos que não há insulina para tanto corpo!"
Agora: "Neste caso, o pâncreas continua saudável, e a produzir insulina normalmente, pelo menos inicialmente. O que há é uma resistêncioa do corpo à própria insulina. A insulina está lá, mas não é correctamente absorvida. Logo, o açúcar também não."

Antes: "
Problemas genéticos de obesidade podem também contribuir para o surgimento dos diabetes tipo 2, independentemente do estilo de vida."
Agora: "A propensão genética para a diabetes, assim como problemas genéticos de obesidade, podem também contribuir para o surgimento da diabetes tipo 2, independentemente do estilo de vida."

Genérico:
Retirado:
"É também costume chamar-se diabetes tipo 1 a um outro tipo de diabetes bem diferente. Neste tipo, o pâncreas produza insulina normalmente, mas ela não é absorvida pelo corpo. Aqui, a causa fisiológica da diabetes (a peça avariada, por assim dizer) é completamente diferente da diabetes tipo 1 mais comum, que descrevemos acima. De facto, é uma forma de diabetes tão diferente da de tipo 1 que não faz qualquer sentido dar-lhe a mesma nomenclatura. Nem sequer é tratada da mesma forma! Bem, a bem dizer, também não sei como é tratada, ou se existe sequer tratamento. Mas se o problema não é a falta de insulina, não vai adiantar nada injectar mais insulina na pessoa, n'é?! É ainda mais rara que a verdadeira diabetes tipo 1."
Obviamente, isto não corresponde de todo a um sub-tipo "exótico" de "mal-apelidado" de tipo 1, mas sim à tipo 2. Sobre os tratamentos e o uso de insulina, ver o último parágrafo, agora acrescentado, relativo ao tipo 2.

Acrescentei:
- Estatísticas relativas à percentagem de cada tipo de diabetes no total de diabéticos.
- Referência a outros tipo de diabetes (gestacional, MODY...).


Lamento se induzi alguém em erro. É difícil resumir estas coisas num blog, e eu apenas estou a tentar fazer uma breve introdução ao tema antes de começar mesmo este blog!

Fontes:
APDP, SPD, HealingWell.com (ver links à esquerda).

sábado, 20 de agosto de 2005

Sobre a história da diabetes #2 Areteus de Cappadocia

Ah, a emaciação! Conheço perfeitamente! Os médicos chamam-lhe “crise de acetona”. Ok. Falemos então agora da causa dos diabetes. O problema (o grande, o verdadeiro, o filho-da-#&/ do !”$$/&%/! do problema) não é o excesso de açúcar. Pelo contrário!!! O grande problema é a falta de açúcar no organismo do diabético! Ok, eu explico: Um diabético tem muito (demasiado) açúcar no sangue, porque o corpo do diabético não absorve o açúcar! E vai daí, lá fica o dito a circular pelo sangue! Não porque estejamos a ingerir demasiado açúcar, mas por não absorvermos o que ingerimos! É como se tivéssemos toda a canalização de uma cidade prontinha, limpinha, impecável, levando a águinha a todas e cada torneira de todas e cada casa, mas ninguém abria as torneiras! O esmalte do lavatório, aliás, já descascara de seco, a casa imunda do uso diário normal (tirando o não se usar água para nada), a roupa por lavar, a louça por lavar, os proprietários por lavar e, caso sejam consumidores da marca “Del Cano”, a morrer à sede!!!
É isto mesmo que acontece com uma pessoa diabética. O açúcar (“glicose” para os entendidos) é a principal fonte de energia que ingerimos. E a insulina é a “torneira” que nos permite aceder ao mesmo. Sem energia, não há nada que funcione. Assim, embora um diabético tenha resmas, paletes, toneladas de açúcar a circular no sangue, ele simplesmente não o usa! E porquê? Porque para o usar, precisa de deixar que o açúcar entre nas células; e para ser absorvido, por qualquer célula do nosso corpo, o açúcar precisa de insulina.
É a insulina que permite que o açúcar passe do sangue para as células do nosso corpo. Caso contrário, ele continuará a circular pelo corpo até encontrar uma célula que precise dele (ou até que os rins decidam que ele está a mais). Infelizmente, num diabético, é como se a canalização acabasse num tubo fechado, sem torneira... Só que, neste caso, o cenário é mesmo o pior possível: Imaginem que a única coisa que têm para beber é mesmo a água “Del Cano”, mas não têm torneira. O que acontece? Morrem de sede...
De facto, a glicose é a única fonte de energia pura que o nosso corpo absorve. Os lípidos (gorduras) são também fonte de energia, sim, mas só depois de serem transformados em glicose... Sem a glicose, as células não têm energia para desempenhar sequer as suas funções mais básicas – morrem. Antes de se conseguirem reproduzir... Para que não haja dúvidas: a pessoa morre.
Bem, temos então, um corpo que precisa de energia, a insulina como torneira, e o “combustível” propriamente. Que pode não estar ainda refinado... Como são, então, os hábitos/as preferências de consumo das nossas células? Em primeiro lugar, o açúcar que se encontra a circular no sangue. Se não houver açúcar, o corpo vai transformar as gorduras armazenadas em açúcar, para este ser absorvido. E se não houver gorduras no corpo (sim, é possível!)? Bem, há mais um mecanismo natural no corpo humano, que nos providencia com glicose quando já nem gordura temos! É uma espécie de último recurso...

Neste caso, são as proteínas que são transformadas em açúcar! Com um “piqueno” efeito secundário, aliás dois! O primeiro é que as proteínas são recolhidas dos próprios músculos!!! Estamos, literalmente, a transformar massa muscular em açúcar, em energia! É claro que perdemos a dita massa muscular, mas... Mas, o facto é que basta uma quantidade bem pequena de proteínas para produzir uma dose suficiente de açúcar... pelo menos até à próxima refeição... Claro que, se o(a) caro(a) leitor(a) for diabético(a), este processo será completamente inútil, porque não é de açúcar que precisa, mas sim de insulina! Mas o pâncreas, curiosamente e logo ele, não sabe disso!!! E como não sabe, ou não quer saber, vai continuar a produzir glucagon (a substância que transforma as proteínas em açúcar) em vez de produzir insulina! E este processo será repetido ad aeternum, até não haver mais proteínas, i.e. massa muscular... Começam a entender a emaciação?... Dói...
Mas a coisa não fica por aqui! Lembram-se que havia um segundo efeito secundário?... A reacção química de transformação da proteína em açúcar produz um resíduo(!): a acetona!!! Ora digam lá se não é deliciosa a ideia de terem acetona (a mesma que é usada como diluente ligeiro) a circular-vos no
Claro que, num diabético... doses crescentemente cavalares... Resultado: a gente vomita tudo o que come... Quando já não há mais nada no estômago, no esófago e nos buracos dos dentes... há ainda a bílis!!! Essa coisa maravilhosamente ácida (para já não falar do gosto desagradável) que nos queima pelo esófago acima... Mas ainda não acabou!!! Pausa para referir que, por esta altura, a emaciação já se faz sentir; e a par da dor que são aqueles vómitos fortes, convulsivos e cáusticos, temos menos massa muscular (menos força) para aguentar a coisa... Bem, continuando, depois de vomitar tudo o que se tem no estômago e toda a bílis que tínhamos na vesícula, o “vómito” continua a puxar!!!! E aí é que dói! Não há nada para deitar fora, e é como se à nossa volta fosse o vácuo, a puxar o nosso estômago para fora da boca! Garanto-vos que dói e não é pouco! Em compensação, por essa altura, já temos tão poucas forças, que também quase já não sentimos... Pelo menos, era assim comigo... Felizmente que já não tenho dessas coisas há uns anitos... Mas o risco, helas!, ainda cá está.

Ou seja, quando o Sr. Areteus diz que “a carne e os membros se fundem e desfazem em urina”, ele acertou em cheio! A proteína transformada em açúcar seria eliminada na urina, assim como a acetona, substância tóxica de que o corpo tentará livrar-se o mais rápido possível. E pensavam vocês que o homem era um parolinho qualquer, mais velho que a Sé de Braga fosse ele! Uma espécie de curandeiro armado em dramaturgo! Ou vice-versa...


quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Sobre a história da diabetes #1 Na Antiguidade

Começando pelo papiro de Ebers, começamos também com a origem da palavra “diabetes”. É uma palavra que, segundo li algures, vem do grego e significa, grosso-modo, “açúcar na urina”.
Assim, o nome “diabetes” vem de um sintoma associado à mesma. Fosse só isso, e estava tudo bem! No entanto, temos já aqui uma pista para a gravidade/estranheza da coisa: A urina é um dos meios mais eficazes que temos de nos livrarmos de substâncias prejudiciais e/ou em excesso que ingerimos. Daí a ideia comum de que um(a) diabético(a) é uma pessoa que come demasiado açúcar E isto nem sempre é verdade, como veremos mais adiante. A realidade é bem mais preocupante.
Entretanto, acrescento apenas que, a medição do nível de açúcar na urina, (através de tiras de teste, próprias para o efeito) é uma forma, ainda actualmente, muito usual de verificar o nível de açúcar numa pessoa – um(a) não-diabético(a) deverá apresentar sempre valores nulos de açúcar na urina, e é este mesmo resultado que se pretende conseguir numa pessoa diabética, através do tratamento. No entanto, tornam-se cada vez mais vulgares os testes de glicemia no sangue (nível de açúcar no sangue). Estes são realizados com uma picada no dedo, de forma a conseguir uma gota de sangue, cujo nível de açúcar será medido por um pequeno aparelho electrónico.

A atracção das formigas pela urina das pessoas com diabetes explica-se facilmente pelo que dissemos antes – o açúcar.
Para os menos familiarizados com esta coisa, virá talvez aqui o primeiro choque: a diabetes é uma doença mortal! E não nos estamos a referir às “complicações” que os mais familiarizados conhecem. Essas complicações são consequência, elas sim, do excesso de açúcar no sangue – ou, muitas vezes, das bruscas oscilações do grau de açúcar no sangue.
Ao papiro de Ebers, os indianos juntam mais um sintoma. Além da vontade permanente de urinar, “uma sede intensa” e “emagrecimento do corpo”. A sede explica-se facilmente pela própria necessidade de urinar. De facto, o(a) diabético(a) urina muito porque precisa de “descarregar” o excesso de açúcar que tem no sangue. Mas o açúcar não é líquido... Daí a grande necessidade de beber... O “emagrecimento do corpo” já não se explica tão facilmente por aqui, e está, de certo modo, até mais próximo da causa da diabetes. Já lá iremos!

Quanto a tratamentos, e até 1000 A.C., pode dizer-se que “andava tudo às aranhas”... Pelo menos para os lados da Grécia, nenhuma poção ou mezinha parecia resolver o assunto. Os rins (os filtros sangue -> urina) pareciam ser os primeiros a ressentir-se da coisa, por “sobrecarga”, poderia avançar-se.
Mais interessante é o exercício físico. Ignoremos, pelo menos por agora, a questão da urina. O exercício físico é hoje reconhecido, pela medicina convencional, como um componente essencial do tratamento dos diabetes. No entanto, tenho sérias dúvidas sobre o conhecimento que tem a classe médica a este propósito. Voltaremos a isto mais adiante!
Por outro lado, há mais uma frase interessante no parágrafo sobre os CC (cataplasmas e cavalos): “As crianças morriam rapidamente e os adultos lutavam com complicações devastadoras.” Encontramos aqui uma referência directa aos dois tipos de diabetes, como se definem actualmente. A diabetes Tipo 1 (também chamada diabetes infanto-juvenil) corresponde ao primeiro caso, o das crianças que morriam rapidamente. A Tipo 2, mais associada à velhice e obesidade, é aquela em que referem a luta contra as complicações. Darei mais informações sobre estes dois tipos... adiante!


quinta-feira, 4 de agosto de 2005

História da diabetes

Parece que não tem havido visitas por aqui, mas vou insistir...
Cá vai então um resumo histórico do que se foi sabendo sobre a diabetes. Este resumo baseia-se (é quase uma cópia integral, que eu apenas completei com informações da net, onde faltavam os dados) numa apresentação sobre o tema, feita no Hospital de S. Marcos, em Braga, em 2003. Comentários numa próxima oportunidade... Pata já, cá vai a História:

1550 A.C. - Egipto - Papiro de Ebers (descoberto em 1868):
Descrição de uma doença estranha, cujo principal sintoma era vontade permanente de urinar.

1500 A.C. - Índia – As formigas:
Escritos hindus antigos descreviam pessoas com uma doença mortal que causava sede intensa, uma quantidade excessiva de urina e emagrecimento do corpo. Constatavam os antigos uma enorme atração das formigas pela urina das pessoas que desenvolviam essa misteriosa doença. Mas... como tratá-la?

1000 A.C. - Grécia – Cataplasmas e cavalos:
Durante anos ninguém sabia como tratar a doença que hoje chamamos diabetes. As crianças morriam rapidamente e os adultos lutavam com complicações devastadoras. Tentavam-se alguns remédios à base de ervas, cataplasmas para os rins e alguns médicos recomendavam exercício físico, preferencialmente a cavalo para “uma fricção moderada e aliviar o excesso de urina.”.

200 A.C. - Areteus de Cappadocia:
“A Diabetes é uma doença invulgar e intrigante. Os doentes sofrem uma sede insaciável, mas urinam ainda mais do que bebem. Isto, porque a carne e os membros se fundem e desfazem em urina. A emaciação cedo se torna severa e a morte sobrevém rapidamente, após uma vida dolorosa e miserável.”

1889 - Oscar Minkowski e Baron de Mering:
Descobriram no pâncreas a causa dos diabetes, pois após a sua remoção, cães, até aí normais, apresentaram os sintomas da doença.

1921- Banting e Best - Descoberta da insulina
Nesta data tiveram sucesso na redução da glicose numa cadela diabética pancreatectomizada.

1922 - Leonard Thompson:
Primeiro diabético no mundo tratado com insulina.

1944 – Primeiros anti-diabéticos orais.

terça-feira, 19 de julho de 2005

Contador de visitas


Adicionei um contador de visitas ao blog - está aí do lado esquerdo, em baixo. A ver se, afinal, sempre pára aqui alguém ou não!

Como é a primeira vez que uso uma coisa destas, agradeço comentários e sugestões. ;-)

Este contador é fornecido pela www.statcounter.com.


Actualização (23 Set. 2005): Este contador estava a originar um estranho fenómeno com o Miscrosoft Internet Explorer 6: impedia que se "rolasse para baixo" (scroll down) do conteúdo que estivesse abaixo do contador. Ou seja, só era visível a parte do blog que estava situada acima do contador.
Note-se que este fenómeno (que não consegui resolver) não acontecia com o Mozilla Firefox, com o qual o contador foi inicialmente testado. No entanto, como o MSIE ainda é o browser mais usado...
Assim, passei o contador para o fundo da página, depois de todos os artigos, isto logo uns poucos dias depois...

Actualização 21 Mar. 2006:
Para mais informações sobre o contador, ver o artigo "Mais de 1000 visitas!"

quinta-feira, 14 de julho de 2005

Suavizando...

Na última entrada de Junho, fui um tanto ou quanto... cáustico, por assim dizer, sobre a APDP. E para cúmulo, apelei à paz no artigo anterior a esse (de 20 do mesmo mês)! Por isso, em nome da coerência(!), tentemos então "suavizar" a coisa, tentando descortinar a razão de ser da palavra "Protectora" na denominação da APDP.
Retiramos a seguinte citação da página da APDP, na secção "A APDP -> Resenha Histórica":
"Em Portugal, a luta contra a diabetes está desde o início ligada à Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. O seu fundador, Ernesto Roma, acabara de concluir um estágio de especialização nos Estados Unidos da América, tendo aí tido a felicidade de assistir aos primeiros ensaios clínicos nos quais, pela primeira vez se administrou a insulina, recentemente descoberta, no tratamento dos diabéticos tipo 1. Ficou tão impressionado com os excelentes resultados obtidos que logo em 1926 fundou em Lisboa aquela que viria a ser a primeira Associação de Diabéticos do mundo, a Associação Protectora dos Diabéticos Pobres, com o objectivo primeiro de fornecer insulina gratuita aos diabéticos indigentes.
(...)
Simultaneamente, alertava-se a população para a importância da integração das pessoas com diabetes, na sociedade, sem discriminações sociais e/ou profissionais.
(...)

Em 1973 alterou o seu nome de Associação Protectora dos Diabéticos Pobres para um nome mais consentâneo com a verdadeira vocação da Instituição, com a sua modernização e desenvolvimento e com a nova realidade do país: ASSOCIAÇÃO PROTECTORA DOS DIABÉTICOS DE PORTUGAL – PORTUGUESE DIABETES ASSOCIATION.

De uma Associação com fins essencialmente caritativos e filantrópicos, a APDP transformou-se numa instituição de saúde moderna, de referência, sendo simultaneamente uma Associação vocacionada para a defesa dos direitos dos diabéticos e para uma correcta integração das pessoas diabéticas na sociedade e uma Clínica prestadora de cuidados médicos integrados e diferenciados ao doente diabético, sem descurar os aspectos formativos e de investigação inerentes à excelência dos serviços prestados."

Do citado conclui-se:
1. O nome da associação explica-se pela época em que surgiu, 1926. Nessa altura, os actuais tratamentos por injecção de insulina começavam a dar os primeiros passos, surgindo pela primeira vez uma hipótese de fuga ao destino de uma morte em atroz agonia.
Surge assim o termo "Protectora" aliado a "Pobres", podendo-se talvez associar os dois termos àquilo que ainda hoje se refere como a "protecção dos mais desfavorecidos".
2. Pode-se também deduzir que, devido ao desconhecimento, desconfiança e mesmo medo generalizados a propósito dos diabetes, nesse tempo, havia uma necessidade de (re)integrar os diabéticos na sociedade, uma vez que era agora possível viverem uma vida "normal". Para isso, seria contudo necessário combater a estranheza dos não-diabéticos às injecções de insulina e a outros cuidados que a doença exigia.
3. Em 1973 o nome da associação foi alterado, abandonando-se o termo "Diabéticos Pobres" em favor de "Diabéticos de Portugal", o que permite alargar o âmbito de acção declarado da associação, e, simultaneamente, manter a sigla original: APDP. Interessante também que, na tradução do nome da associação para inglês, se tenha abandonado igualmente o termo "Protectora": Portuguese Diabetes Association.

Resumindo: A APDP é "protectora" dos diabéticos por motivos históricos e porque optou por alterar a sua denominação, sem alterar a sigla da mesma... O que ainda assim é estranho, mas... de longe não tão mau como a minha entrada anterior poderia ter dado a entender!
E alguém tinha que fazer a pergunta, para eu poder responder! E à falta de alguém para realizar a primeira tarefa, tive que ser eu a fazer as duas!
Estarei eu a ser redundante, impertinente talvez? Ora bolas!

segunda-feira, 27 de junho de 2005

Voltando aos diabetes - a APDP

A APDP (Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal) é uma... Ei! Esperem lá! Associação Protectora?! PROTECTORA?! Mas então os diabéticos precisam de protecção (extra)?!!! Pensava que só precisavamos de insulina!!! Pronto, ok, eu sei, alguns só precisam mesmo é de EXERCÍCIO FÍSICO correspondente aos hidratos de carbono que ingerem (brincadeirinha meio séria)... Agora... PROTECÇÃO?! É, sem dúvida, fantástico!
Sinceramente, o que significa uma associação dedicada aos portadores de uma doença - seja ela qual for - advogar-se como "protectora" dos mesmos? Serão os diabéticos alguma espécie de flor de estufa que precisa de protecção contra agressões externas? Seremos nós particularmente agredidos, discriminados, marginalizados e outros "dos" pela sociedade em que vivemos? Seremos nós incapazes de nos defender dessas agressões por nós mesmos? Seremos nós os oprimidos entre os oprimidos? Os fracos mais fracos no fundo da cadeia alimentar? Incapazes?
Não, a sério, conhecem mais alguma associação, dedicada a uma doença, que se intitule "protectora" dos portadores da mesma? Eu, sinceramente não conheço. Lembro-me, assim de repente, da Associação Protectora dos Animais... Não que eu tenha a mania da superioridade da espécie humana, mas o facto é que esses não têm voz... Quero dizer, não têm representação política na nossa democracia... se é que me faço entender...

:-)

segunda-feira, 20 de junho de 2005

Ainda sobre a verdade científica...

... será a paz possível? Poderemos ter esperança?


"Tenho uma pergunta para lhe fazer," disse ele, tirando do bolso um pedaço de papel amarrotado, no qual ele tinha escrito algumas palavras-chave. Fez uma pausa para respirar: "Acredita na realidade?"

"Mas é claro!" ri-me. "Que pergunta! É a realidade algo em que se precise de acreditar?"

(...)

Ele era um psicólogo muito respeitado, e tinhamos ambos sido convidados pela Fundação Wenner-Grenn para uma reunião contituída por dois terços de cientistas e um terço de "cientistas da ciência" ["science students"]. Esta divisão, só por si, anunciada pelos organizadores, deixou-me perplexo. Como podíamos nós ser atirados para alguma arena contra os cientistas? O facto de estudarmos uma área não significa que a estejamos a atacar. Serão os biólogos anti-vida, os astrónomos anti-estrelas, os imunologistas anti-anticorpos? Além disso, eu tinha ensinado durante vinte anos em faculdades de ciências, tinha escrito regularmente para revistas científicas, eu e os meus colegas tinhamos vivido da investigação financiada, desenvolvida em nome de muitos grupos de cientistas na Indústria e na Universidade. Não era eu um membro da comunidade científica formal francesa? Sentia-me ou pouco vexado por ser excluído assim tão casualmente. É claro que eu sou apenas um filósofo, mas o que diriam os meus amigos nos Estudos da Ciência? A maior parte deles tiveram formação científica, e muitos deles, pelo menos, têm orgulho em alargar a visão científica à própria ciência. Eles poderiam ser rotulados como membros de outra disciplina ou outros sub-tema, mas certamente que não como "anti-cientistas" encontrando-se a meio caminho com cientistas, como se os dois grupos fossem exércitos inimigos, conferenciando sob o auspício de uma bandeira de tréguas antes de voltarem ao campo de batalha!"

(minha tradução de uma parágrafo do original em inglês: Bruno Latour, "Do You Believe In
Reality?", in Pandora's Hope, Essays on the Reality of Science Studies, Cambridge MA, Harvard University Press, 1999), pp. I-23)

Bem, se o blog do Murcon se recomendava (pela sua qualidade e agradabilidade), a leitura do texto completo do qual aqui cito apenas um parágrafo... é FUNAMENTAL!!!
Divirtam-se!

terça-feira, 31 de maio de 2005

Sobre a verdade científica

Pois é, lembrei-me de visitar este meu blog, a ver se me apetecia escrever algo, e... fiz primeiro um desvio pelos e-mails, encontrei um que referia o Murcon. Uma pesquisa no Google, e eis que encontro um blog (o tal do Murcon) onde podemos, entre outros, apreciar o seguinte artigo (aqui em versão
"censurada"):

"Jacob, prémio Nobel da Medicina em 1965: "A Biologia perdeu hoje muitas das suas ilusões. Já não procura a verdade. Constrói a sua. (...)"
(...)
A vontade do Senhor foi substituída pela normalidade científica, contra a qual também se pode "pecar". Vejamos como existe hoje em dia um discurso médico que nos torna responsáveis por tudo o que de mau possa acontecer se não seguirmos o "correcto" estilo de vida. Da salvação eterna da alma passámos ao prolongamento da vida do corpo e em verdade vos digo que alguns médicos assistentes estão menos dispostos a perdoar do que muitos confessores, seguros como estão das suas verdades:).
(...)"
(Texto original)

Ora, era mesmo disto que eu falava no primeiro post... Obviamente, este blog pretende ir mais longe que isto! Muito mais longe! Eu depois aviso, quando ele tiver ido...


P.S.: O blog do Murcon recomenda-se... Quiçá até descubram que é mais familiar do que pensavam... Ou seria eu o único na ignorância?

sábado, 28 de maio de 2005

Apresentação

Olá Mundo!!!

Serve esta primeira entrada para apresentar este blog à Blogosfera Munidal! Ou pelo menos à que souber ler português...
Então cá vai, começando pelo autor:

Tenho 29 anos de idade e foi-me diagnosticada diabetes quando tinha 3. Tenho tomado injecções de insulina diariamente desde aí - com a excepção de alguns períodos de horas ou mesmo dias, principalmente "de experiência", tentativa de largar esta "droga" ou outros motivos menos frequentes... Comecei por tomar apenas uma injecção por dia. Correntemente estou num esquema de quatro (pequeno-almoço, almoço, jantar e antes de deitar) há já 5 ou 6 anos. Há uns meses atrás cheguei a estar num esquema de 5 injecções diárias (mais uma ao lanche), por causa de um novo tipo de insulina que o endocrinologista me receitou. Não me dei bem com essa insulina e voltei à "velhinha"...
Se o(a) caro(a) leitor(a) acaso não estiver familiarizado com a diabetes, não se preocupe... Continue a voltar a este blog que, a seu tempo, eu vou explicando tudo. Se já está familiarizado com esta porra dos diabetes, continue a voltar também - pode ser que o(a) surpreenda...

Para já é isto: um diabético que não segue religiosamente as recomendações médicas, que está consciente dos riscos deste comportamento, mas que está também consciente da não-omnisciência da classe médica sobre o assunto, nem mesmo sobre o que julgam ter certeza ou pensam ser fundamental!
Vejam lá que eu sou até capaz de dar umas dicas sobre os porquês das tónicas que dão nas suas perspectivas! Mas não se preocupem os zelosos da saúde pública, que também não vou receitar poções mágicas nem me advogo fazer milagres! Apenas proponho repensar um pouco os diabetes, os diabéticos e as pessoas em geral... O diálogo construtivo é bem vindo!

Atenciosamente,
DMC


P.S.: Tal como o diálogo, o disparate será também muito bem-vindo! Desde que o disparatador tenha consciência do que está a fazer... ;-)